Hermes foi o nome escolhido para o nosso jornal em formato de papel que pretende ser um mensageiro dentro da Universidade Sénior de Gondomar. Com a colaboração de todos os alunos pretendemos criar uma Universidade em que os valores de igualdade e oportunidade sejam iguais para todos ajudando, assim, a criar um mundo melhor e mais justo.
E porquê Hermes?
Hermes era um menino muito esperto, o mais célebre dos meninos, que existiu na Hélade (Grécia na antiguidade). Se fosse hoje seria um supra dotado. Era filho dum rei que governava no Olimpo, um monte muito alto, e o seu nome era Zeus. A mãe, Maia, orgulhava-se do seu bebé, (são assim todas as mães!) e logo que ele nasceu embrulhou-o muito bem numas tiras de linho, pois naquela altura ainda não tinham sido inventados os “babygrows” e as fraldas. Hermes deitado no berço parecia um anjinho. Ainda mal abria os olhos, mas já sonhava.
O seu sonho era conhecer o irmão Apolo, que era pastor, no meio das serras. Tinha de arquitetar um plano!
Logo que a vigilância da ama diminui Hermes começou a mexer-se. Deu tantas voltas no berço que conseguiu desamarrar as faixas. Saltou para fora e desatou numa correria desenfreada. Correu tanto que até voava, e rapidamente chegou a casa do irmão.
– Apolo. Apolooooo… – chamava ele muito alto sem ninguém responder.
Entretanto ali ao lado, num campo muito grande e verdejante, pastavam os animais.
– Que lindos! Gostava tanto de ser pastor como o meu irmão! – Murmurava Hermes. – São tantos! Até poderia levar alguns que, se calhar, nem se notava. (Os irmãos mais novos querem sempre imitar os mais velhos).
Depois de muito pensar, não medindo as consequências, retirou dez vacas, cem novilhos e um touro e lá começou a caminhada, mas com as devidas cautelas (Hermes era muito esperto!). Ao rabo de cada animal amarou um ramo feito com uns arbustos e cada passo que os animais davam era assim apagado. Logo que encontrou uma caverna segura levou para lá os animais e rapidamente correu para casa, saltando novamente para o berço enrolado nas faixas.
– Onde estão meus animais? – Berrava Apolo aos quatro ventos (Bóreas, Zéfiro, Euro e Noto).
Bato, um velhinho que estava sentado à sombra de uma árvore, tinha visto Hermes passar com o gado e apressou-se a contar a Apolo, sabe-se lá em troca de que favores! Como acontece com todos os irmãos, Apolo foi fazer queixa ao pai e este não teve outro remédio senão resolver a contenda. Iria aproveitar para castigar o espertinho dando-lhe uma lição.
– Onde os escondeste? – Apolo irado exigia a devolução dos seus animais.
Zeus lá ia intervindo, blá, blá, blá….
– Mas marido, como podes acreditar que o nosso bebé fosse capaz. Não vedes como é pequenino e inofensivo? – Chorava Maia no meio da contenda apontando para o berço.
Mas eis que algo chamou à atenção de Apolo. Ali ao lado do berço, pousado no chão, um objeto estranho incendiava o seu olhar e então Hermes viu agora a sua grande oportunidade. Aquilo era uma lira que ele tinha feito com a carapaça de uma tartaruga.
– Irmãozinho, estou arrependido, mas queria tanto ser como tu! – Assim falava ele para surpresa de todos. – Se quiseres dou-te esse instrumento e ensino-te a tocar. Chama-se lira. – E logo ali Hermes pulou do berço e começou a tocar uma lindíssima melodia.
A música fluía no ar e espalhava-se para fora do quarto fazendo com que os passarinhos acorressem todos para aquele lugar. Entretanto Apolo pasmava de encantamento, e logo ali decidiu perdoar ao irmão, oferecendo-lhe os animais roubados em troca daquele maravilhoso instrumento.
Dizem que Hermes, mais tarde, construi uma flauta para lhe oferecer. Apolo treinava todos os dias. E como tocava bem! Os homens, na terra, nomearam-no protetor dos músicos, visto que adorava a música e a arte.
Por outro lado Zeus ficou encantado e orgulhoso com as qualidades e inteligência do seu filho mais novo. Pensaria em encarrega-lo de umas tarefas especiais, mas por ora era melhor deixá-lo brincar aos pastores por mais algum tempo.
Uns anos mais tarde Maia chegou a casa com um largo sorriso no rosto.
– O teu pai quer que te reúnas com ele no Olimpo, no Concílio dos Deuses.
Assim, no dia aprazado, Hermes vestiu a sua melhor túnica (naquele tempo os homens não usavam calças), subiu o Monte e foi bater à porta do pai. Daí seguiram para a sala de reuniões, onde teria lugar o encontro, mas Zeus nada deixava transparecer. À volta da mesa oval encontravam-se sentados os doze deuses do Olimpo e Hermes, por indicação do pai, ficou de pé a seu lado.
Depois de Zeus descrever orgulhosamente as façanhas do filho os deuses, encantados, decidiram fazer dele um mensageiro. Passaria a entregar os recados em mão própria voando por cima das nuvens (naquele tempo não havia internet nem o correio era entregue pelo homem da motorizada). Zeus deu-lhe umas sandálias e um capacete com azinhas e também um bastão a que chamou caduceu, o qual tinha duas cobras entrelaçadas e asas no topo. Assim era fácil percorrer o Mundo com muita rapidez.
Tinham sido inventados, finalmente, os Correios!
Grimal, Pierre (1951) Dicionário da Mitologia Grega, 3ª edição, Difel
– Etelvina S. Ferreira
Muito bom! Parabéns
Muito bom! Parabéns !!!
Muito. Parabéns.
Sou aluno da Universidade Sénior de Gondomar. Li a vossa revista Hermes. Gostava de participar mensalmente na vossa revista na qualidade de escriva.
Erro: no lugar de escriva queria escrever escriba.
Manuel Lucas, todos juntos ainda somos poucos. Solte a veia que há dentro de si e escreva. Não fazemos descriminações, apenas queremos escritores, com o mínimo de qualidade, claro. Pode entregar os textos na secretaria da USG ou mandar pelo email do jornal. Obrigada