– Lino de Castro
Como decerto é para a maioria dos nossos Seniores, o renascer ou retomar das nossas viagens e passeios culturais promovidos pela nossa Universidade, é motivo de sobejo contentamento e enriquecimento cultural para todos, quer alunos quer professores. E de entre tais viagens a que maior alegria e satisfação colheu dos seus participantes foi, por certo, a recente visita dos nossos “finalistas” (muitos dos quais persistem em não finalizar nenhum curso, repetindo-os ano após ano – uns cábulas militantes!) à nossa pérola do Atlântico – a Madeira.
Os horários de partida dos voos, quer do Porto quanto do Funchal, terão sido quase ótimos, porquanto permitiram aos ‘turistas o maior e melhor aproveitamento dos quatro dias programados para ver, conhecer, e conviver alegremente. Creio poder dizer também, sem contestação, que fomos bafejados com a sorte de termos tido como guia turística uma senhora, madeirense, a Márcia, boa profissional da arte e, simultaneamente, próxima e amistosa dos seniores turistas.
Todos tivemos a oportunidade de ver, conhecer ou rever cantos, lugares e paisagens verdadeiramente belas e inesquecíveis, que a maioria de nós guardará na memória.
Predominantemente pelas orlas marítimas norte e sul da ilha, de oeste para leste e também subindo até à altura das nuvens, ao centro, desfrutámos com os nossos olhos e as nossas emoções do mais belo, natural e artificial, que a Madeira possui. Eira do Serrado, lá no alto, e Curral das Freias, lá no fundo; o topo e a altura promontória do Cabo Girão, envidraçado aos nossos pés; Porto Moniz e as suas piscinas naturais de mar, bem assim as lágrimas perpétuas da sua noiva (Véu da Noiva); as típicas e pitorescas casas-cabana de Santana; a Camacha e o seu Cristo escultórico polémico; Câmara de Lobos; Machico; o Pico do Areeiro, deslumbrante na sua beleza agreste de polvilhados pináculos; a Floresta Laurissilva, natural património considerado pela Unesco. Até a rede viária, ora galgando vales, ora perfurando continuamente montes e montanhas, túneis em número de quase duas centenas, o mais extenso deles superando os três mil metros … A nossa atlântica pérola emergida.
A cidade capital, o Funchal, muito limpa, asseada, é, igualmente, por si só, um postal espraiando beleza, altaneira que se mostra naquela orografia singular de anfiteatro. Apreciada do teleférico que a sobrevoa, será talvez ímpar em encanto. Perfeita e única para os seus famosos carros de cestos. O centro histórico, rico, a baixa, a marginal por onde apetece caminhar ou sentarmo-nos numa esplanada e apreciar o formigueiro de gente que por aí circula.
Quanto à gastronomia, dos manjares que nos foram servidos creio que podemos dizer que eles nos agradaram, nos satisfizeram, e os serviços foram bons. E até em um deles, a um jantar, fomos brindados com a atuação musical de um grupo folclórico típico, o qual fez saltar muitos dos Seniores das suas mesas e cadeiras para o palco do bailarico. Viu-se muita animação e alegria! Os vinhos e a poncha, também mostraram aí o seu efeito. Vaporoso, alegre!
Visitar a Madeira é um investimento em conhecer e desfrutar, e deve ser feito pelo menos uma vez na vida.
Enfim, tudo correu bem, e o programado foi inteiramente cumprido. Graças também muito à diligência, ao zelo inexcedível, ao cuidado da ‘madrinha’ (a mais jovem, não sénior) dos Seniores da U(S)G – a Géninha.
No final daqueles quatro dias de férias, de alegre e saudável convívio, creio que os Seniores comungavam um unânime sentimento, um desejo geral: Queremos mais! Outra vez! Um sucesso (elevado) a trinta e quatro? Acredito que sim.
Em tempo, um post scriptum. O autor-escriba deste artigo é um daqueles (tais) ‘finalistas renitente em concluir um qualquer curso ‘superior, em obter um canudo académico. Há mais de década e meia que anda ‘cursando. É um cábula. Incorrigível! Teimosamente persistente.