Natal e tradições natalícias.

Aproxima-se o Natal a passos largos. Contam-se os dias e prepara-se a festa.

A Universidade Sénior de Gondomar celebra esta data, como habitualmente com um almoço de confraternização, no dia seis de dezembro, onde se reunirão os professores, alunos e demais funcionários. Por outro lado no dia doze do mesmo mês as festividades continuam com uma festa aberta para todos os interessados.

A propósito destas celebrações achamos interessante dar a conhecer algumas curiosidades com elas relacionadas e que provavelmente alguns de nós desconhecem.

Como todos sabemos o dia vinte e cinco de dezembro é um feriado religioso cristão. No entanto, eslavos e ortodoxos celebram-no mais tarde, no dia sete de janeiro. O que acontece é que os cristãos seguem o calendário gregoriano instituído pelo papa Gregório em 1582 e este é diferente do calendário juliano criado em 45 a.C, pelo Imperador Júlio César e que ainda é seguido por alguns ortodoxos.

Originalmente estas celebrações homenageavam o deus Sol, no solstício de inverno sendo-lhes depois atribuído outro significado, pela igreja católica, no séc. III, com o intuito de estimular a conversão dos pagãos.

A primeira referência à celebração do Natal como festa litúrgica surge no ano 354, num calendário ilustrado por um calígrafo, o “Cronógrafo de 354”. Era festejado no Oriente a seis de janeiro vindo depois a ser celebrado em Roma a vinte e cinco de dezembro. A data oficial foi proclamada pelo papa Júlio I e a instituição do feriado pelo Imperador Justiniano.

Os festivais de inverno, nos povos da antiguidade, eram dos mais populares, não só porque a primavera estaria prestes a acontecer, mas também porque as pessoas que naquela altura dependiam quase exclusivamente da agricultura, aspiravam a boas condições meteorológicas.

As atuais tradições de Natal têm muito de comum com as tradições de inverno destas diferentes culturas e que foram depois assimiladas e transformadas ao longo dos tempos.

A troca de presentes e o jantar de Natal têm uma tradição de longa data. Na Roma antiga, no dia dezassete de dezembro, homenageava-se o deus Saturno com um jantar público, sendo depois trocados presentes em privado. Este jantar fazia parte das festividades de inverno, as Saturnais, que se prolongavam até vinte e cinco de dezembro e durante esse período os costumes invertiam-se sendo um deles, por exemplo, os amos servirem os escravos.

Quem se lembra dos madeiros, as tradicionais fogueiras natalícias que ainda hoje se preparam em algumas regiões?

Sabem que surgiram há muito, muito tempo, com os povos do norte da Europa pré-cristã, através dum festival de inverno, o Yule? Ainda hoje os nórdicos chamam Yul ao Natal.

E quanto à árvore de Natal? De certeza que a estas horas os leitores já se põem a adivinhar a sua origem e a sua resposta leva-os para os nórdicos, americanos, etc, etc.

Mas não. A inclusão da árvore de Natal parece ser uma cristianização das tradições e rituais pagãos em torno do Solstício de inverno que incluíam ramos verdes e onde estava implícita a adoração às árvores. Outra versão conta que um certo dia, Martinho Lutero, ao observar o céu através das copas das árvores, ficou maravilhado com as estrelas decidindo, logo ali, levar um ramo de árvore para casa. Claro que a família tratou de o adornar com algumas velas fazendo lembrar as estrelas.

Na antiga Roma os romanos, durante as Saturnais, praticavam ritos secretos ao deus Baco, levando máscaras na cara e pendurando-as nos ramos das árvores.

Assim sendo as origens desta tradição perduram nas brumas do tempo mas o seu aproveitamento pelo cristianismo não oferece dúvidas.

Não poderíamos terminar sem falar do Presépio. A tradição católica conta-nos que S. Francisco de Assis, em 1223, obteve do papa autorização para montar um presépio de palha com as mesmas figuras principais que hoje conhecemos e, nesse cenário, celebrou a Missa de Natal.

Hoje em dia o Natal é um estímulo de crescimento económico para muitos países. Mas numa época em que as catástrofes naturais se sucedem a grande velocidade é imperioso repensar este consumismo exagerado e inútil deste período e adotar outras atitudes para salvarmos o nosso planeta, enquanto há tempo. Este deveria ser o verdadeiro espírito natalício de amor ao próximo, o homem do presente e do futuro.

Etelvina Ferreira, 17-11-2019

 

 

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