Comemorações dos 500 Anos da Circum-Navegação

 

Passados 500 anos da viagem de circum-navegação, comandada por Fernão de Magalhães, o feito extraordinário deste português será comemorado entre 2019 e 2022.

O governo português anunciou a criação de uma “Comissão para as Comemorações do V Centenário da Circum-Navegação”.

Do programa nacional das comemorações, anunciado no dia 24 de janeiro de 2019 no Instituto Português do Mar e da Atmosfera, por José Marques, presidente da Associação acima referida, constarão a candidatura a Património Cultural da Humanidade da Rota de Magalhães e mais 61 iniciativas diversas, entre as quais o lançamento de uma moeda comemorativa pela Imprensa Nacional-Casa da Moeda, no dia 17 de abril, reedição de livros, cartas náuticas, mapas como o planisfério de Cantino de 1502, conferências, seminários e outros. Para além destes ainda está prevista a “Semana Magalhães” em todos os municípios portugueses.

Fernão de Magalhães nasceu em Sabrosa em 1480 e morreu nas Filipinas em 27 de abril de 1521, num confronto com os indígenas.

Saiu de Sanlúcar, sul de Espanha, em Setembro de 1519, ao serviço de Carlos V, com 237 homens a bordo, numa frota de cinco navios. Morreu antes do fim da viagem, no caminho de volta, após dificuldades imensas, sendo substituído no comando por Sebastião Elcano. Este aportou em Sevilha a 6 de setembro de 1522 com dezoito sobreviventes e apenas um navio, a nau Victória.

Em novembro de 1520 a expedição atravessou o estreito a sul do continente americano, batizado como “Estreito de Magalhães”, passou ao Oceano Pacífico e chegou às Filipinas em março de 1521.

O principal objetivo deste projeto era a descoberta duma nova rota comercial para as Índias que não contornasse o continente africano, o que foi conseguido. Para além disto ficou também provada a esfericidade da Terra, teoria que já vinha a ser discutida há algum tempo mas ainda não tinha sido provada.

A candidatura a Património Cultura da Unesco da Rota de Magalhães gerou polémica a nível dos governos, português e espanhol: Espanha achava que a candidatura deveria ser conjunta já que a viagem foi patrocinada pelos espanhóis e foi terminada por um cidadão deste país.

Atualmente parece que a polémica foi sanada já que em 23 de janeiro, numa cerimónia com ambos os países presentes, os ministros dos Negócios Estrangeiros das duas nações anunciaram que a candidatura seria conjunta e apresentada pelos embaixadores de ambos os países. Nas comemorações efetuadas dum e doutro lado haverá mesmo atividades comuns: os navios-escola de Portugal e de Espanha repetirão a viagem de Fernão de Magalhães.

Etelvina Ferreira, maio 2019

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